sábado, 24 de setembro de 2016

Há 185 anos era fundada a Caixa Econômica da Cidade de Campos


No dia 24 de setembro de 1831 (há 185 anos), foi fundada a Caixa Econômica da Cidade de Campos, liquidada depois por má administração política.

Foi fundada em 1834 e trinta anos depois tinha por maiores acionistas: Conego Marianno Leite da Silva AS ASSOCIAÇÕES CAMPISTAS 383 Escobar, David Kock, Conego Luiz Rodrigues de Novaes e Silva, padre Manoel Joaquim da Rocha Campista, José Bernardino de Oliveira, João Domingues Alves de Barcellos, padre Manoel de Oliveira Pecegueiros, Dr. Caetano Thomaz Pinheiro e José Joaquim de Moraes. Este ultimo, que recebeu depois o titulo de Barão de Guarulhos, ficou sendo tesoureiro em 1886 e no ano seguinte sendo a Caixa Econômica transformada, no mez de Maio, em «Caixa Depositaria», passou o Barão de Guarulhos a ser o presidente. Funcionaram na sua liquidação em 1897 os últimos diretores Barão de Miracema, José Joaquim da Souza Motta e comendador João Gonçalves Pereira.

O estudo sobre as origens e história das Caixas Econômicas é relativamente recente entre os historiadores em geral e os historiadores econômicos em particular, a despeito da importância que estas instituições tiveram aos contemporâneos ou ainda do que poderíamos chamar de uma História Institucional. Nos novos estudos tem resgatado a importância das caixas econômicas em geral para o financiamento do próprio Estado e ainda trabalhos que abordam questões como a capacidade de grupos subalternos, particularmente escravos, tinha de fazer pecúlio, inclusive recorrendo a depósitos em 
bancos. 

A década de 1830 é conhecida na historiografia brasileira como o “período sem bancos”, porém isso não quer dizer que não houve o surgimento de inúmeras instituições que realizassem empréstimos ou funcionassem, de certa maneira, como prestadores de serviços bancários. Essas instituições, em sua maioria iniciativa do capital privado, continuaram a funcionar ao longo das décadas até o final da década de 1850 e início de 1860 com fortes crises que atingem e colocam fim nas suas atividades.

É nesse período de falta de instituições bancárias, que é fundada a Caixa Econômica do Rio de Janeiro em 1831, originária de capitais privados e tendo como principal função a criação do hábito da poupança na sociedade carioca e a absorção da mesma, objetivando, principalmente as pequenas poupanças de trabalhadores e de escravos que depositavam suas economias nas cadernetas da instituição.

Entretanto, nesse mesmo período, há uma grande diversificação de instituições de crédito e poupança no segundo quartil do século XIX, o que nos aponta que, mesmo com os conflitos sociais e políticos das conturbadas décadas de 1820, 1830 e 1840, temos um surgimento de várias dessas instituições, entre elas: em 1827 o surgimento do Montepio do Exército; em 1831, da Caixa Econômica do Rio de Janeiro e da Caixa Econômica de Campos, no mesmo ano; em 1834, da Caixa Econômica da Cidade da Bahia e da Caixa Econômica de São Paulo e em 1835, o Montepio Geral de Economias dos Servidores do Estado entre outras.

Desse modo podemos perceber a importância que o fluxo de moeda influía, seja pelos empréstimos pessoais ou pelas instituições financeiras, cada vez mais na sociedade brasileira como um todo e carioca especificamente. A Caixa Econômica surge nesse contexto como uma instituição ‘moderna’ mas também ‘filantrópica’, onde o lucro envolvido nas poupanças são compartilhados entre seus acionistas de acordo com o investimento inicial e periódico de cada um. Essa dupla ‘identidade’, de uma instituição que se pretende racionalmente capitalista mas também moralmente regeneradora será uma dos motes mais importantes para a história da Caixa Econômica do Rio de Janeiro. 

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