sábado, 11 de novembro de 2017

Rádio Record Campos, antiga Rádio Cultura, completa 83 anos neste sábado


Neste sábado (11/11), a Rádio Record Campos, antiga Rádio Cultura, completa 83 anos. Fundada em 11 de novembro de 1934 como Rádio Cultura de Campos pelo médico paulista, da cidade de Limeira, Mário Ferraz Sampaio. Operava tanto em Ondas Curtas como em Ondas Tropicais, que tinha igual ou maior potência.

Em meados da década de 1980 pertencia ao Complexo de Comunicação Alair Ferreira formado três emissoras de rádio e uma emissora de televisão - a TV Norte Fluminense, então afiliada a Rede Globo de Televisão, atual TV Record Norte Fluminense -, pertencentes ao empresário e deputado Alair Ferreira.

Posteriormente passou a pertencer a Igreja Universal do Reino de Deus, tendo a maioria de sua programação formada pelo jornalismo e músicas diversificadas havendo pouco espaço para a programação religiosa. Todavia, no dia 14 de outubro de 2010, ela abandonou sua antiga denominação de Rádio Cultura e passou a se chamar Rádio Record Campos, tendo parte da programação gerada localmente e parte pela Rádio Record de São Paulo.

Possuía uma programação atual, com estilo FM. Tinha uma programação musical com os maiores sucessos do momento, dando maior ênfase ao Sertanejo Universitário, Pagode, Forró, além do Pop Rock nacional e internacional. Embora sua programação fosse em sua maior parte musical, a Rádio contava ainda com flash's ao vivo durante a programação com seus repórteres falando dos mais diversos pontos da cidade.

Contava com duas edições do " Jornal da Record", uma no início da manhã, e outra no fim da tarde. Havia Também o programa esportivo " Esporte Record" de segunda á sexta ao meio dia. Aos sábados o programa " Revista Record" que abordava os mais variados temas cotidianos. Sua programação ao vivo ia de segunda á sábado das 5h até meia noite. A madrugada era ocupada pela programação da Igreja Universal do Reino de Deus. Aos domingos sua programação era totalmente gravada, exceto quando houver transmissões da equipe esportiva, comandada por Clóvis Bernardes e Cacau Borges.

Em 14 de março de 2016 teve a extinção da sua programação como emissora, limitando-se a condição de repetidora de programas religiosos ligados a Igreja Universal do Reino de Deus, seus funcionários foram dispensados, sob alegação da conjuntura da crise econômica no Brasil que teria tornado inviável financeiramente a manutenção da programação antiga da emissora.

A expectativa é que a emissora, que continua no ar, volte com sua programação independente já migrada para a Frequência modulada (FM), só falta saber a data.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Há 72 anos "Semana Inglesa”, suspendia o trabalho aos sábados, a partir do meio-dia em Campos

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No dia 26 de outubro do ano de 1945 (há 72 anos), foi instituída a “Semana Inglesa”, suspendendo o trabalho aos sábados, a partir do meio-dia em Campos. A expressão semana inglesa  se refere a jornada de trabalho de oito horas de segunda a sexta-feira e de quatro horas pela manhã do dia de sábado havendo, portanto, descanso no período do sábado à tarde e o dia de domingo, totalizando 44 horas semanais de trabalho.

A expressão semana inglesa era utilizada pelos movimentos sindicais para identificar a proibição do trabalho nos sábados à tarde, nos dia de domingos e feriados, principalmente nos movimentos dos trabalhadores do comércio e da indústria. Os estabelecimentos comerciais e industriais não deveriam trabalhar no período da tarde de sábado e respeitar o descanso de domingos e feriados.

Esses movimentos sindicais existiam em razão da nossa legislação trabalhista manter a jornada semanal de 48 horas e de 240 horas mensais. Os efeitos vieram por ocasião da Constituição de 1988 que reduziu a jornada semanal para 44 horas e a mensal para 220 horas.

É permitido por acordo escrito que ocorra a compensação de jornada ampliando as horas trabalhadas durante a semana de segunda a sexta-feira para suprimir o trabalho no dia de sábado. É comum que se acresça na jornada de trabalho 01 hora de segunda a quinta-feira, para compensar as quatro horas do dia de sábado.  Nesta hipótese, temos a semana americana, ou seja, a semana de trabalho que, compensando semanalmente o acréscimo da duração diária norma do trabalho em outros dias, excluí o trabalho aos sábados, sem prejuízo do descanso aos domingos.

Agora, vários segmentos sindicais vêm levantando bandeira para redução da jornada semanal para 40 horas, a exemplo do que ocorre em vários países Europeus.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Há 162 anos, cólera matava centenas de pessoas em Campos

Vítimas da epidemia de Cólera passaram a ser sepultadas no Cemitério do Caju
No dia 26 de outubro de 1855 (há 162 anos), as vítimas da epidemia de Cólera passaram a ser sepultadas no Cemitério Público (hoje Cemitério do Caju), pois os cemitérios das igrejas e o do Quimbira (hoje Faculdade de Medicina) já não comportavam mais sepultamentos. Até o fim daquele ano morreram 1.349 pessoas na cidade, 444 em Guarus e 42 escravos na Fazenda do Colégio.

CÓLERA MORBO
Em julho de 1855, um intenso surto de cólera morbo tomou conta da cidade do Rio de Janeiro, e após dois meses a situação fica calamitosa, devastando a população, superlotando isolamentos e cemitérios. A doença havia chegado ao porto do Rio de Janeiro, no dia 18, quando o navio Imperatriz, aportara com passageiros e tripulantes contaminados pela doença; para atendê-los o governo adquiriu um prédio em Jurujuba, num sítio chamado Várzea, nascendo aí o Lazareto da Várzea, que após uma década de serviços prestados, junto com o Sanatório Jurujuba, foi cedido ao Serviço de Saúde do Exército para receber combatentes da Guerra do Paraguai, no tratamento de doenças infecto-contagiosas.
Atendendo a sugestão da Junta de Higiene, o governo organizou o Lazareto Flutuante, em 1876; um navio especialmente adaptado, com acomodações e instalações necessárias ao isolamento de passageiros vindos de portos suspeitos ( africanos e asiáticos ). Essee navio ficava fundeado a 600 metros do Hospital Marítimo Santa Isabel, e tão logo ficasse constatada a doença, o passageiro era transferido para o hospital de isolamento.
A Europa e a Ásia , em 1886, passavam por um grande surto de cólera, e o governo para prevenir-se, adquiriu a Fazenda dos Dois Rios, na enseada do Abrahão, na Ilha Grande, e adaptou as suas dependências, construindo pavilhões e suprindo todas as necessidades para um hospital de isolamento, nascendo assim o Lazareto da Ilha Grande .
A eclosão da primeira grande epidemia de febre amarela do Rio de Janeiro, a inoperância da Câmara Municipal e a ineficiência dos médicos tradicionais, incitou a criação em 5 de fevereiro de 1850 da Comissão Central de Saúde Pública, composta por membros da Academia Imperial de Medicina, da Faculdade de Medicina e da própria Câmara, que com um plano de supervisão em áreas e em indivíduos contaminados, acabou controlando a doença, e presunçosamente a considerou extinta em setembro de 1850. Nascia uma nova prática na medicina brasileira, a medicina preventiva.
Para a execução da medicina preventiva, criou-se a Junta Central de Higiene Pública, em setembro de 1851, incorporando-se a estes estudos novos elementos, como o contexto urbano, devido a grande concentração de pessoas, o saneamento básico para atender a esta população, a geografia e a economia local, responsável não só pela degeneração da saúde como da moral e bons costumes.
Estudou-se primeiro a geografia da cidade, situada em zona tropical, numa planície baixa e pantanosa entre o mar e as montanhas, o que a tornava úmida e calorenta; em segundo viu-se o aspecto urbano da cidade, tendo como alvo principal as habitações coletivas, onde não haviam canos, escoadouros ou latrinas e havia a maior concentração de parte da população .
“Corpos são enterrados nas igrejas localizadas no centro da cidade: 
animais mortos são encontrados nas ruas, por todos os lados existem monturos, 
cloacas, vasilhas de despejo de urina, currais.
Matadouros, açougues, mercados de peixe, armazéns de carne seca, 
toucinho, queijo, depósitos de azeite de peixe são perigosos, tanto para o ponto de 
vista da integridade dos alimentos como por serem potenciais corruptores de ar.
Fábricas, hospitais e prisões se igualam na ausência de regras higiênicas e 
disciplinares (...) as ruas são estreita e tortuosas, dificultando a renovação do ar e 
a circulação dos veículos, além de serem utilizadas como lugares de despejos de 
lixo. As praias são imundos depósitos de fezes e lixo. As praças são poucas e mal 
cuidadas, sem árvores, cheias de poças e uma cidade devia ser idêntica à relação 
do pulmão com o corpo”. 
( Benchimol , 1992:11}
  
A medicina preventiva pregava, devido a tudo que foi explanado, a remodelação da cidade do Rio de Janeiro; os médicos que participavam destes projetos eram considerados médicos higienistas e praticantes da medicina social, pelo fato de terem poder de influência em diversas instituições do Estado, as reformas clamadas pelos médicos higienistas, compreendiam: a expansão urbana da cidade para os bairros mais distantes, a construção de casas higiênicas, o alargamento e aberturas de ruas e praças, a arborização, a instalação de uma rede de esgoto e água, a manutenção e asseio em mercados e matadouros, a criação de lugares próprios para despejos etc... .
Evolução da mortalidade no Rio de Janeiro, entre 1850-1870.
“Chama logo atenção a mortalidade em 1850, comparada à dos anos 
anteriores. O brusco aumento deveu-se à epidemia de febre amarela (...). O 
aumento rápido da entrada de escravos às vésperas da extinção do tráfico, 
portadores de moléstias como bexigas e desinterias pútridas ( das quais morriam 
as dezenas ) contribuiu também para aumentar a mortalidade daquele ano. A 
oscilação da mortalidade entre 1851 e 1854 pode ser atribuída ainda à febre 
amarela que nunca deixou de agir ( ... )
Em 1855, o Rio de Janeiro foi assolado, pela primeira vez, pela epidemia 
de cólera-morbo com 4.828 vítimas ( ... ). Tornou a cair o número de óbitos em 
1856 ( ... ). A mortalidade manteve sua tendência ascendente entre 1857 e 1860, 
oscilando anualmente em função da violência da febre amarela. Em 1861 e 1864 a 
proporção sofreu uma queda, tornando a elevar em 1865, em virtude de uma 
imensa epidemia de varíola e de outras moléstias decorrentes da aglomeração das 
tropas com destino ao Paraguai. Depois decresceu até 1869, apesar de , em 1867 a 
1868, a cólera-morbo haver grassado novamente.
A mortalidade dos escravos, que regula em mais de um terço da dos libertos 
e livres, tendeu a decrescer sensivelmente nos últimos anos, o que demonstra a 
forte redução dessa população após a extinção o trafico, visto que era muito 
reduzido o número de nascimentos.
A proporção da mortalidade entre os dois sexos é maior nos homens que 
nas mulheres, em função da maior imigração de população masculina e da 
população flutuante típica dos portos comerciais ( ... ).”
Essas idéias emitidas em 1850, cresceram em 1870, tornando-se senso comum nas classes dominantes e nas camadas médias, já formadoras de opinião pública, porém só vieram a serem efetivadas com a reforma de Pereira Passos, em 1903.
As medidas da medicina social , não se limitavam apenas a higienização da sociedade, mas também a normalização da prática médica e a institucionalização das Faculdades de Medicina.

sábado, 21 de outubro de 2017

Sociedade Musical Lira Guarany completa 124 anos neste domingo

Neste domingo (22/10) a Sociedade Musical Lira Guarany completa 124 anos. Fundada em 22 de outubro de 1893, a Associação Musical Lira Guarany pertence a uma história que não deve ser esquecida e os momentos importantes da Lira Guarany na Sociedade Campista.
A Corporação (hoje, Associação) Musical Lira Guarany completa 124 anos de existência. No dia 22 de Outubro de 1909 o Jornal Monitor Campista publicava a seguinte programação:
"C.M. Lyra Guarany – A distinta Corporação Musical Lira Guarany, comemora hoje, dia 22 de outubro, o seu XVI aniversário de fundação pela forma seguinte:
A banda tocará alvorada; ás 4 horas da tarde e será inaugurado o seu novo custoso uniforme; retreta no coreto ao lado do edifício social e á noite passeata; inauguração de seu edifício e sessão de posse da nova diretoria.
Amanhã, a Lira Guarany irá receber na Estação do Saco a sua colega Nova Aurora de Macaé, que vem tomar parte nos festejos; á tarde, até ás 10 horas da noite, festa no Teatro "Paris em Campos" e á noite grande baile nos salões da sociedade.
No dia 24, domingo, haverá missa na Matriz de S. Salvador e procissão á tarde". 
O nome da corporação musical surgiu após discussões para sua formação em 1893 e o nome foi uma homenagem a Carlos Gomes, autor da ´ópera O Guarany e ao escritor José de Alencar, que escrevera um romance homônimo. Sua primeira formação ocorreu com músicos da Orquestra Carlos Gomes e a Lyra Plutônica, tendo como primeiro presidente o Sr. Joaquim Alexandre da Silva.
Em 1896 a diretoria conseguiu um terreno na rua 13 de Maio, onde está até hoje, tendo ali construído sua sede própria. Em 1967, já com o prédio em ruínas, a diretoria, tendo na presidência Willes Bolckau, decidiu derrubar o prédio para a construção de um novo. Após 18 anos de muito esforço e sacrifício, segundo Ézio Amaral, com material doado e mutirões para sua construção, surge o majestoso edifício da Lira. Willes permaneceu à frente da entidade por 21 anos. Em 2010 foi eleito presidente o suboficial Bombeiro Militar e músico Ézio Ribeiro do Amaral.
Patrimônio de Campos, formadora de centenas de músicos, com um excelente elenco de músicos, sendo muitos jovens que frequentam a escola que, com todas as dificuldades, a Lira mantém, a Associação Musical Lira Guarany festeja seus 124 anos.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Hipódromo Lineu de Paula Machado, em meio a justiça, completa 60 anos nesta sexta-feira


No dia 20 de outubro de 1957 (há 60 anos), foi inaugurado o Hipódromo Lineu de Paula Machado, que fica no Bairro do Jockey Clube de Campos. O Hipódromo é a expressão em concreto de idealismo da personalidade de Arthur Cardoso Filho. Obra que não teve nada de governo, nem um centavo, reatando a linha antiga dos velhos barões, dos campistas do século retrasado.
Hoje uma disputa entre os empresários que compraram a área e a presidência do Jóquei Clube para conseguir restituir o terreno continua nos tribunais. A verdade é que atividade tradicional das corridas de cavalo não ocorrem mais.
Arthur Cardoso Filho, foi um descendente direto, um herdeiro espiritual daqueles campistas do século passado, quando Campos, esbanjava potencialidade na Velha Província, e no Império. Sucessor em linha direta daqueles barões da fidalguia rural, homens orgulhosos, muito convictos de sua independência diante dos governos. Homens que nada pediam aos mesmos governos: eles mesmos faziam. Estradas de ferro, canais, teatros, iluminação a gás, iluminação elétrica, hipódromos. O primeiro deste foi inaugurado em 1874 na localidade de São Gonçalo, aproveitando a Estrada de Ferro São Sebastião, inaugurada em 1872, 19 anos apenas depois de que o Barão de Mauá fez correr o primeiro “caminho de ferro” no Brasil, ligando a atual Praça Mauá à raiz da Serra.
Inaugurado em 20 de outubro de 1957, com uma área de 1.410 metros de pista dupla de areia, a externa com 20 metros de largura e 400 metros de excelente reta de chegada. Possuindo tribunas sociais, profissionais e populares, pavilhão de chegada, photochart, alojamento para parelheiros, residências para treinadores, instalação para banho, duchas, treinamentos dos animais e 400 baias. Contendo também o serviço de veterinária e repressão ao “dopping”.
O Jockey Club de Campos gerava 40 empregos diretos e 200 indiretos. Montando em Campos, há cerca de 80 profissionais, entre jóqueis matriculados em Campos e no Rio (os quais vem montar neste Hipódromo) e redeadores, havia também 22 treinadores.
O 1º Presidente do Jockey Club de Campos o Sr. Arthur Cardoso Filho atuou na gestão de 1957 a 1963. Seus sucessores foram:
João Batista Viana Barroso 1963 – 1966
Nilo Pessanha Araújo de Siqueira 1966 – 1973
Amaro Pessanha Gimenes 1973 – 1983
Eduardo Ribeiro Saldanha 1983 – 1991
Luiz César Gama 1991 – 1993
Eduardo Ribeiro Saldanha 1993 – 2003
Orlando Rocha 2003 – 2010
Octávio José Ferreira da Silva  2010 - fechamento
Veja abaixo uma matéria publicada no Jornal Monitor Campista no dia de sua inauguração.
Monitor Campista, 20 de outubro de 1957.
“Após uma batalha de longos anos, os campistas e especialmente os fãs do turfismo, vêem realizado hoje uma velha aspiração, o funcionamento de um hipódromo em nossa cidade”.
Isso acontece depois de uma batalha que sucedeu á existência de 10 outros prados.
À frente dessa arrojada iniciativa está o espírito empreendedor de Arthur Cardoso Filho, coadjuvado pelos senhores: Rubens Venâncio; João Sobral; Rui Ribeiro Gomes; Hervé Salgado Rodrigues e muitos outros que batalham para efetivação dessa obra."
Início das Atividades
"A reunião de hoje no Hipódromo “Lineu de Paula Machado” não é ainda a inauguração desse prado, só do prédio. A inauguração do prado acontecerá quando estiver completamente pronto, lá no “Beco” a pista para as corridas. O Hipódromo “Lineu de Paula Machado” é considerado o 3º maior do país, com certeza uma obra grandiosa e um marco expressivo da iniciativa particular de Campos dos Goytacazes”.

Aeroporto de Campos, Bartolomeu Lisandro, completa 65 anos nesta quinta-feira


Em 19 de outubro de 1952 (há 65 anos) foi inaugurado o Aeroporto de Campos, idealizado pelo deputado federal Bartolomeu Lisandro de Albernaz. Antes desta data, o pouso de aeronaves era efetuado em terrenos pertencentes a Usina Barcelos, na Fazenda Palacete, distante da cidade e com péssimo acesso. Para evitar tais transtornos, surgiu a idéia da construção do aeroclube e futuro aeroporto na Fazenda Bonsucesso, de propriedade do usineiro progressista Bartholomeu Lisandro de Albernaz, de quem a prefeitura adquiriu a área. 
Em 19 de outubro de 1952, às 11:15 horas, aterrisava no Bartolomeu Lisandro uma aeronave de grande porte trazendo autoridades, sendo recebida pelo prefeito José Alves de Azevedo. Em 10 de outubro de 1980 o Ministro da Aeronáutica concede a ARSA (Aeroportos do Rio de Janeiro S/A) a função de administrar e operar o Aeroporto Bartolomeu Lisandro. Em 1987 a Infraero assume a administração por determinação do Ministério da Aeronáutica.
Com o aumento no movimento, o Aeroporto Bartolomeu Lisandro melhorou sua posição em relação ao demais aeroportos da rede Infraero. 
Ainda são números tímidos em relação ao tamanho e importância da cidade e região, porém, o crescimento na movimentação é uma das maiores entre os aeroportos brasileiros e vemos que a movimentação continuará a aumentar muito nos próximos anos, com a chegada de novas empresas para a região. Em outros anos, o aeroporto de Campos figurava entre os menos movimentados.
Características
Área: 949.114,04 m²
Pista
Dimensões(m):1.544 x 45
Terminal de Passageiros
Capacidade/Ano:60 mil
Área(m²): 459
Estacionamento
Capacidade:41 vagas
Estacionamento de Aeronaves
Nº de Posições: 06 posições
Área Pátio: 13,5 mil mª
Rodovia BR 101 Km 05
Trecho Campos/Vitória – Bonsucesso 
Campos dos Goytacazes - RJ
CEP:28070-490 
PABX:(22) 2726-6400
FAX:(22) 2733-1531
Distância do Centro: 7 km
Características:
Sítio Aeroportuário: 957.347,97 m²
Pátio das Aeronaves: 13.500 m²
Pista: 07/25 1.544 x 45m
Estacionamento Capacidade: 50 vagas
Balcões de Check-in: 6 posições
Horário: das 06:00 às 23:00h.
Estacionamento de Aeronaves Nº de Posições: 4 para Asa fixa e 2 para Asa móvel (não possui ponte de embarque) *as posições podem ser alteradas conforme o mix de aeronaves *

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Ponte Saturnino de Brito, a 'Ponte da Lapa', está completando 53 anos


No dia 17 de outubro de 1964 (Há 53 anos), foi inaugurada a Ponte Saturnino de Brito, conhecida também como a Ponte da Lapa.
A Ponte Saturnino de Brito homenageia Francisco Rodrigues Saturnino de Brito (1864 – 1929), que é considerado um importante engenheiro sanitarista que participou do processo de implantação do urbanismo moderno no Brasil; nascido em Campos.
Confira abaixo um texto publicado no jornal Monitor Campista no dia posterior ao da inauguração da Ponte Saturnino de Brito.
Monitor Campista 18 de Outubro de 1964
"Constitui acontecimento de cunho popular a inauguração, ontem, da ponte da Lapa. Um grande público esteve presente ao ato, que contou com a presença do Ministro da Viação e Obras Publicas, Deputado Juarez Távora, do engenheiro Miranda Carvalho, do Prefeito Rockfeller Felisberto de Lima, do Prefeito de São João da Barra Sr. Alberto Dauare, deputados, vereadores, e presidentes de entidades de classes.
Aquele bairro viveu assim horas de intensa vibração, vendo realizar-se um sonho acalentado durante anos e que constitui, na verdade o renascimento de um recanto da cidade que se estava sendo liquidado por falta de amparo do poder público. Ao idealizador da obra, quando apenas Presidente da Associação Comercial, Sr. Alair Ferreira, hoje Deputado Federal, coube fazer o primeiro discurso de inauguração, seguido do Prefeito Felisberto de Lima.
Deverá dar-se à ponte da Lapa o nome de “Saturnino de Brito”, importante engenheiro sanitarista, nascido em Campos dos Goytacazes e que desenvolveu projetos sanitários em todo o País e até no estrangeiro.
Outro nome cogitado para a ponte, foi o de “Azevedo Cruz”, ilustre poeta campista autor de um lindo poema que homenageia Campos, intitulado “Amante a Verba”."

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Há 164 anos nascia o 'Tigre da Abolição', José Carlos do Patrocínio


Em um dia como hoje, 09 de outubro, do ano de 1853 (há 164 anos), nasceu o jornalista e abolicionista José Carlos do Patrocínio, mais conhecido como “Tigre da Abolição”.- Dia 10 do ano de 1946, foi fundada a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).

José Carlos do Patrocínio nasceu em Campos dos Goytacazes, 9 de outubro de 1853 e faleceu no Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1905. Foi um farmacêutico, jornalista, escritor, orador e ativista político brasileiro. Destacou-se como uma das figuras mais importantes dos movimentos Abolicionista e Republicano no país. Foi também idealizador da Guarda Negra, que era formado por negros e ex-escravos para defender a monarquia e o regime imperial.

Filho de João Carlos Monteiro, vigário da paróquia de Campos dos Goytacazes e orador sacro de reputação na Capela Imperial, com Justina do Espírito Santo, uma jovem escrava Mina de quinze anos, cedida ao serviço do cônego por D. Emerenciana Ribeiro do Espírito Santo, proprietária da região.

Embora sem reconhecer a paternidade, o religioso encaminhou o menino para a sua fazenda na Lagoa de Cima, onde José do Patrocínio passou a infância como liberto, porém convivendo com os escravos e com os rígidos castigos que lhes eram impostos.

Aos catorze anos de idade, tendo completado a sua educação primária, pediu, e obteve do pai, autorização para ir para o Rio de Janeiro. Encontrou trabalho como servente de pedreiro na Santa Casa de Misericórdia (1868), empregando-se posteriormente na casa de saúde do doutor Batista Santos. Atraído pelo combate à doença, retomou, às próprias expensas, os estudos no Externato de João Pedro de Aquino, prestando os exames preparatórios para o curso de farmácia.


Aprovado, ingressou na Faculdade de Medicina como aluno de Farmácia, concluindo o curso em 1874. Nesse momento, desfazendo-se a república de estudantes com que convivia, Patrocínio viu-se na iminência de precisar alugar moradia, sem dispor de recursos para tal. Um amigo, antigo colega do externato de Aquino, João Rodrigues Pacheco Vilanova, convidou-o a morar no tradicional Bairro de São Cristóvão, na casa da mãe, então casada em segundas núpcias com o capitão Emiliano Rosa Sena, abastado proprietário de terras e imóveis. Para que Patrocínio pudesse aceitar sem constrangimento a hospedagem que lhe era oferecida, o capitão Sena propôs-lhe que, como pagamento, lecionaria aos seus filhos. Patrocínio aceitou e, desde então, passou também a frequentar o "Clube Republicano" que funcionava na residência, do qual faziam parte Quintino Bocaiuva, Lopes Trovão, Pardal Mallet e outros. Não tardou que Patrocínio se apaixonasse por Maria Henriqueta, uma das filhas do militar, sendo também por ela correspondido. Quando informado do romance de ambos, o capitão Sena sentiu-se ofendido a princípio, porém vindo, após o matrimônio (1879), a auxiliar Patrocínio em diversas ocasiões.

Nessa época, Patrocínio iniciou a carreira de jornalista em parceria com Dermeval da Fonseca, publicando o quinzenário satírico "Os Ferrões", que circulou de 1º de junho a 15 de outubro de 1875, no total de dez números. Os dois colaboradores se assinavam com os pseudônimos Notus Ferrão (Patrocínio) e Eurus Ferrão (Fonseca).

Dois anos depois (1877), admitido na Gazeta de Notícias como redator, foi encarregado da coluna Semana Parlamentar, que assinava com o pseudônimo de Prudhome. Foi neste espaço que, em 1879, iniciou a campanha pela Abolição da Escravatura no Brasil. Em torno de si formou-se um grupo de jornalistas e de oradores, entre os quais Ferreira de Meneses (proprietário da Gazeta da Tarde), Joaquim Nabuco, Lopes Trovão, Ubaldino do Amaral, Teodoro Fernandes Sampaio, Paula Nei, todos da Associação Central Emancipadora. Por sua vez, Patrocínio começou a tomar parte nos trabalhos da associação.

Fundou, em 1880, juntamente com Joaquim Nabuco, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Com o falecimento de Ferreira de Meneses (1881), com recursos obtidos junto ao sogro, adquiriu a Gazeta da Tarde, assumindo-lhe a direção. Em Maio de 1883, articulou a Confederação Abolicionista, congregando todos os clubes abolicionistas do país, cujo manifesto redigiu e assinou, juntamente com André Rebouças e Aristides Lobo. Nesta fase, Patrocínio não se limitou a escrever: também preparou e auxiliou a fuga de escravos e coordenou campanhas de angariação de fundos para adquirir alforrias, com a promoção de espetáculos ao vivo, comícios em teatros, manifestações em praça pública, etc.


Em 1882, a convite de Paula Nei, Patrocínio visitou a província do Ceará, onde foi recebido em triunfo. Essa província seria pioneira no Brasil ao decretar a abolição já em 1884.

Em 1885, visitou sua cidade natal, Campos dos Goytacazes, sendo também recebido em triunfo. De volta ao Rio de Janeiro, trouxe a mãe, idosa e doente, que viria a falecer no final desse mesmo ano. O sepultamento transformou-se em um ato político em favor da abolição, tendo comparecido personalidades como as do ministro Rodolfo Dantas, o jurista Rui Barbosa e os futuros presidentes Campos Sales e Prudente de Morais.

No ano seguinte (1886), iniciou-se na política, sendo eleito vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com votação maciça.

Em Setembro de 1887, abandonou a "Gazeta da Tarde" para fundar e dirigir um novo periódico: o "A Cidade do Rio". À frente deste periódico, intensificou a sua atuação política. Aqui, fizeram escola alguns dos melhores nomes do jornalismo brasileiro da época, reunidos e incentivados pelo próprio Patrocínio. Foi nele que Patrocínio saudou, após uma década de intensa militância, a 13 de maio de 1888, o advento da Abolição.

Obtida a vitória na campanha abolicionista, as atenções da opinião pública se voltaram para a campanha republicana. Por ironia do destino, o "A Cidade do Rio" e a própria figura de Patrocínio passam a ser identificados pela opinião pública como defensores da monarquia em crise. Nessa fase, Patrocínio, rotulado como um "isabelista", foi apontado como um dos mentores da chamada "Guarda Negra", um grupo de ex-escravos que agia com violência contra os comícios republicanos.

Após a proclamação da República (1889), entrou em conflito em 1892 com o governo do Marechal Floriano Peixoto, pelo que foi detido e deportado para Cucuí, no alto Rio Negro, no estado do Amazonas.


Retornou discretamente ao Rio de Janeiro em 1893, mas com o estado de sítio ainda em vigor, a publicação do "A Cidade do Rio" continuou suspensa. Sem fonte de renda, Patrocínio foi residir no subúrbio de Inhaúma.

Nos anos seguintes, a sua participação política foi inexpressiva, concentrando-se a sua atenção no moderno invento da aviação. Iniciou a construção de um dirigível de 45 metros, o "Santa Cruz", com o sonho de voar, jamais concluído. Numa homenagem a Santos Dumont, realizada no Teatro Lírico, quando discursava saudando o inventor, foi acometido de uma hemoptise, sintoma da tuberculose que o vitimou. Faleceu pouco depois, aos 51 anos de idade, aquele que é considerado por seus biógrafos o maior de todos os jornalistas da abolição.

Cronologia
1853: Em 9 de outubro, José Carlos do Patrocínio nasceu em Campos (na então província do Rio de Janeiro), filho natural do padre João Carlos Monteiro e de Justina, escrava africana, vendedora de frutas.

1868: Patrocínio começou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro.

1871: Por iniciativa do visconde do Rio Branco, foi promulgada a lei do Ventre Livre, reconhecendo como livres as crianças nascidas de mães escravas.

1874: Na Faculdade de Medicina, Patrocínio concluiu o curso de Farmácia.

1875: Com Demerval Ferreira, publicou o primeiro número do quinzenário satírico "Os Ferrões".

1877: Entrou na "Gazeta de Notícias", respondendo pela coluna "A Semana Parlamentar".

1879: Casou-se com Maria Henriqueta Sena, a "Bibi". Iniciou a campanha pela abolição da escravatura.

1881: Ingressou na "Gazeta da Tarde", vindo a se tornar proprietário do periódico.

1882: A convite de Paula Nei, viajou ao Ceará em campanha pró-Abolição; como fruto, dois anos mais tarde, o Ceará foi a primeira província brasileira a dar a emancipação aos escravos.

1883: Patrocínio redigiu o manifesto da Confederação Abolicionista.

1884: Publicou o romance "Pedro Espanhol".

1885: Promulgada a Lei dos Sexagenários, que concedeu a liberdade aos escravos com idade igual ou superior a 65 anos. José do Patrocínio visitou Campos, onde foi saudado como um triunfador. No Rio de Janeiro, o funeral de "tia" Justina, mãe de José do Patrocínio, transformou-se num grandioso comício de repúdio à escravidão.

1886: Foi eleito vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

1887: Deixou a "Gazeta da Tarde", fundou e passou a dirigir o "A Cidade do Rio". Publicou o romance "Mota Coqueiro ou A pena de morte".

1888: A 13 de maio, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão no Brasil; José do Patrocínio beijou as mãos da princesa.

1889: Patrocínio publicou o romance "Os Retirantes", inspirado na inclemência da seca sobre os habitantes da região nordeste do Brasil. Foi acusado de fomentar a violenta ação da "Guarda Negra" em defesa do isabelismo. A 15 de novembro, a república foi proclamada no Brasil.

1892: José do Patrocínio importou da França o primeiro automóvel que circulou no Brasil. Movido a vapor, o seu barulho espantava os transeuntes. Por ter publicado, no seu jornal, um manifesto de um dos chefes da Revolta da Armada, o Marechal Floriano Peixoto desterrou Patrocínio para Cucuí, no alto Rio Negro (Amazonas).

1893: Proibida a publicação do periódico A Cidade do Rio, Patrocínio estava reduzido à miséria.

1905: Numa homenagem a Santos Dumont, ao discursar, José do Patrocínio sofreu uma hemoptise; faleceu a 30 de janeiro.

Obras
1875: Os Ferrões, quinzenário satírico, 10 números, em colaboração com Dermeval Fonseca;
1877: Mota Coqueiro ou A pena de morte, romance;
1879: Os retirantes, romance;
1883: Manifesto da Confederação Abolicionista;
1884: Pedro Espanhol, romance;
1885, 17 de maio: Conferência pública, no Teatro Politeama, em sessão da Confederação Abolicionista;
"Associação Central Emancipadora", 8 boletins.

Pseudônimos
Em artigos nos periódicos da época, José do Patrocínio usou os pseudônimos de:
"Justino Monteiro" ("A Notícia", 1905);
"Notus Ferrão" ("Os Ferrões", 1875);
"Prudhome" ("A Gazeta de Notícias", "A Cidade do Rio").

Representações na cultura
José do Patrocínio já foi retratado como personagem na televisão, interpretado por Antonio Pitanga na novela Sangue do Meu Sangue (1969) e por Kadu Karneiro no remake Sangue do Meu Sangue (1995), Valter Santos na minissérie Abolição (1988) e Maurício Gonçalves na minissérie Chiquinha Gonzaga (1999).

domingo, 1 de outubro de 2017

Há 150 anos nascia o presidente campista, Nilo Procópio Peçanha


Nilo Procópio Peçanha nasceu em 2 de outubro de 1867 (há 150 anos). Assumiu a Presidência da República após o falecimento de Afonso Pena, em 14 de junho de 1909 e governou até 15 de novembro de 1910. Foi o primeiro mulato presidente do Brasil.
Nilo Peçanha era filho de Sebastião de Sousa Peçanha, padeiro, e de Joaquina Anália de Sá Freire, descendente de uma família importante na política norte fluminense. Teve quatro irmãos e duas irmãs. A família vivia pobremente em um sítio no atual distrito de Morro do Coco, Campos dos Goytacazes até que se mudou para o centro da cidade quando Nilo Peçanha chegou na idade escolar. Seu pai era conhecido na cidade como "Sebastião da Padaria".
Nilo cursou o primeiro grau estudantil em Campos, completou os estudos na capital fluminense e se formou em direito pela Faculdade de Direito do Recife, em Pernambuco.
Foi descrito como sendo mulato e frequentemente ridicularizado na imprensa em charges e anedotas que se referiam à cor da sua pele. Durante sua juventude, a elite social de Campos dos Goytacazes chamava-o de "o mestiço de Morro do Coco".
Carreira na política
Nilo Peçanha.
Em 1921, quando concorreu à presidência da República como candidato de oposição, cartas atribuídas falsamente ao candidato governista, Artur Bernardes, foram publicadas na imprensa e causaram uma crise política pois insultavam o ex-presidente Marechal Hermes da Fonseca, representante dos militares, e também Nilo Peçanha, outro ex-presidente, que era xingado de mulato. Gilberto Freyre, escrevendo sobre futebol, usou-o como paradigma do mulato que vence usando a malícia e escondendo o jogo mencionando que "o nosso estilo de jogar (…) exprime o mesmo mulatismo de que Nilo Peçanha foi até hoje a melhor afirmação na arte política".
Alguns pesquisadores afirmam que suas fotografias presidenciais eram retocadas para branquear sua pele escura. Alberto da Costa e Silva diz que Nilo Peçanha foi apenas um dos quatro presidentes brasileiros que esconderam os seus ancestrais africanos, sendo os outros Campos Sales, Rodrigues Alves e Washington Luís. Já o presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou ser descendente de uma escrava.
Abdias Nascimento afirma que, apesar de sua tez escura, Nilo Peçanha escondeu suas origens africanas e que seus descendentes e família sempre negaram que ele fosse mulato.
A biografia oficial escrita por um parente, Celso Peçanha, nada menciona sobre suas origens raciais, mas uma outra biografia posterior o faz. Portanto, alguns pesquisadores expressam dúvidas sobre se Nilo Peçanha era ou não mulato. Em qualquer caso, suas origens foram muito humildes: ele mesmo contava ter sido criado com "pão dormido e paçoca".
Terminou os estudos preliminares em sua cidade, no Colégio Pedro II. Estudou na Faculdade de Direito de São Paulo e depois na Faculdade do Recife, onde se formou.
Casou-se com Ana de Castro Belisário Soares de Sousa, conhecida como "Anita", descendente de aristocráticas e ricas famílias campistas. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e "mulato", embora político promissor.
Participou das campanhas abolicionista e republicana. Iniciou a carreira política ao ser eleito para a Assembleia Constituinte em 1890. Em 1903 foi eleito sucessivamente senador e presidente do estado do Rio de Janeiro, permanecendo no cargo até 1906 quando foi eleito vice-presidente de Afonso Pena. Como presidente do estado do Rio de Janeiro, assinou, em 26 de fevereiro de 1906, o Convênio de Taubaté.
Quatro dias após o Convênio de Taubaté, em 1 de março de 1906, foi eleito vice-presidente da república, com 272.529 votos contra apenas 618 votos dados a Alfredo Varela. Seus seguidores eram chamados de nilistas.
Foi maçom e Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil de 23 de julho de 1917 a 24 de setembro de 1919, quando renunciou ao cargo.
Presidente da República
Presidente Peçanha.
Com a morte de Afonso Pena em 1909, assumiu o cargo de presidente. Seu governo foi marcado pela agitação política em razão de suas divergências com Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Conservador.
Apoiou o candidato Hermes da Fonseca a sua sucessão em 1910, contra Rui Barbosa e o presidente de São Paulo Albuquerque Lins, candidatos de oposição que fizeram a campanha civilista. Hermes venceu as eleições e foi eleito presidente da república em 1 de março de 1910. Os conflitos entre as oligarquias estaduais se intensificaram, sobretudo em Minas Gerais e São Paulo. Minas Gerais apoiou Hermes e São Paulo apoiou Rui Barbosa, lançando seu presidente Albuquerque Lins à vice presidência na Campanha Civilista. Hermes da Fonseca foi eleito para governar de 1910 a 1914.
Durante seu governo presidencial, Nilo Peçanha criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), e inaugurou o ensino técnico no Brasil.
Selo dos Correios com a imagem de Nilo Peçanha.Ao fim do seu mandato presidencial, retornou ao Senado e, dois anos, depois foi novamente eleito presidente do Estado do Rio de Janeiro. Renunciou a este cargo em 1917 para assumir o Ministério das Relações Exteriores. Em 1918 foi novamente eleito senador federal.
Em 1921 foi candidato à presidência da República pelo Movimento Reação Republicana, que tinha como objetivo contrapor o liberalismo político contra a política das oligarquias estaduais. Embora apoiado pelas situações pernambucana, baiana, gaúcha e fluminense, e por boa parte dos militares, foi derrotado pelo candidato Artur Bernardes nas eleições de 10 de março de 1922. O presidente da república na época, Epitácio Pessoa, não participou das negociações (demárches), sobre sua sucessão presidencial.
Artur Bernardes teve 466.877 votos contra 317.714 votos dados a Nilo Peçanha. Nilo teve apoio apenas dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia.
Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.
Bibliografia
KOIFMAN, Fábio; Organizador - Presidentes do Brasil; Editora Rio; 2001.
PEÇANHA, Celso; Nilo Peçanha e a Revolução Brasileira; Editora Civilização Brasileira; 1969.
PEÇANHA, Nilo, Economia e Finanças: Campanha Presidencial (1921-1922), Editora Imprensa Nacional, 1922.
SILVA, Hélio; Nilo Peçanha – 7º Presidente do Brasil; Editora Três; 1983.
SANTIAGO; Sindulfo, Nilo Peçanha, uma Época Política; Editora Sete; 1962.
TINOCO, Brígido; A Vida de Nilo Peçanha; Editora Jose Olympio; 1962.