sábado, 22 de outubro de 2016

Sociedade Musical Lira Guarany completa 123 anos neste sábado

Neste sábado (22/10) a Sociedade Musical Lira Guarany completa 123 anos. Fundada em 22 de outubro de 1893, a Associação Musical Lira Guarany pertence a uma história que não deve ser esquecida e os momentos importantes da Lira Guarany na Sociedade Campista.
No dia 22 de Outubro de 1909 o Jornal Monitor Campista publicava a seguinte programação:
"C.M. Lyra Guarany – A distinta Corporação Musical Lira Guarany, comemora hoje, dia 22 de outubro, o seu XVI aniversário de fundação pela forma seguinte:

O nome da corporação musical surgiu após discussões para sua formação em 1893 e o nome foi uma homenagem a Carlos Gomes, autor da ´ópera O Guarany e ao escritor José de Alencar, que escrevera um romance homônimo. Sua primeira formação ocorreu com músicos da Orquestra Carlos Gomes e a Lyra Plutônica, tendo como primeiro presidente o Sr. Joaquim Alexandre da Silva.
Em 1896 a diretoria conseguiu um terreno na rua 13 de Maio, onde está até hoje, tendo ali construído sua sede própria. Em 1967, já com o prédio em ruínas, a diretoria, tendo na presidência Willes Bolckau, decidiu derrubar o prédio para a construção de um novo. Após 18 anos de muito esforço e sacrifício, segundo Ézio Amaral, com material doado e mutirões para sua construção, surge o majestoso edifício da Lira. Willes permaneceu à frente da entidade por 21 anos. Em 2010 foi eleito presidente o suboficial Bombeiro Militar e músico Ézio Ribeiro do Amaral.
Patrimônio de Campos, formadora de centenas de músicos, com um excelente elenco de músicos, sendo muitos jovens que frequentam a escola que, com todas as dificuldades, a Lira mantém, a Associação Musical Lira Guarany festeja seus 123 anos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Praça São Salvador: o principal ponto da cidade e suas modificações

Até 1839 era um lugar coberto de capim, tanto que em 1841 para a festa de regozijo pela coroação de D. Pedro II, a Câmara providenciou uma capina, contudo somente em 1869 é que foi providenciado seu nivelamento. Em 1874 foi proposto o ajardinamento e seu fechamento com gradis, mas só foi realizado em 1888, a exemplo do Campo da Aclamação no Rio de Janeiro. 

A cidade de Campos dos Goytacazes, norte do Estado do Rio de Janeiro, possui uma praça principal chamada Praça do Santíssimo Salvador, à margem direita do Rio Paraíba do
Sul. Esse espaço sofreu algumas transformações ao longo de sua história. O presente artigo apresenta as mudanças ocorridas na praça, e destaca a última delas, ocorrida entre 2004 e 2005, que gerou a configuração atual.

Para isso será apresentado como surgiu esse espaço, a interação que ele produz, as reconstruções sofridas e os resultados das mudanças, através da análise de dissertações, monografias, artigos relacionados e fotografias. Foram realizadas visitas à praça, em dias e
horários diferentes, e entrevistados seus passantes. A relação de identidade das pessoas com a praça tem mudado devido às alterações feitas, e esse é o questionamento central: como a população campista vê a praça hoje?
Ao contrário do que muitos estudiosos afirmam, não existe uma falta de planejamento nas cidades brasileiras. As preocupações urbanísticas, sociais, econômicas e políticas sempre existiram, conforme nos declara Shürmann (1999). Diferente do desenho das cidades da América Espanhola, com um traçado geométrico em xadrez, as cidades da América Portuguesa se caracterizavam pela falta de ordem, o que parecia resultar numa ausência de projeto. 

Tradicionalmente sempre se viu a cidade colonial portuguesa como desordem, e as palavras de Sérgio Buarque são esclarecedoras nesse sentido:

A cidade de Campos dos Goytacazes, local onde se situa o objeto de estudo deste artigo, mais precisamente a Praça do Santíssimo Salvador, foi o ponto de partida da estruturação do entorno da cidade, abrigando, desde o século XVII, edifícios públicos importantes, como: a igreja (hoje a Catedral), a cadeia e a Casa da Câmara, e, posteriormente,
a Santa Casa de Misericórdia; além das casas, com estrutura arquitetônica da época, que sobrevivem em forma de comércios ou serviços, se misturando às estruturas mais modernas. 

A fundação de Campos a partir da praça do Santíssimo Salvador, e às margens do Rio Paraíba do Sul, com uma igreja, a cadeia, a casa da Câmara e a Santa Casa de Misericórdia, denuncia a forma de constituição de povoados do período colonial, conforme narrado por
Freitas (2006).

Segundo informação obtida no Museu Histórico de Campos, é a mais antiga da praça. A vista parte da Igreja matriz em direção ao rio Paraíba do Sul. À esquerda podemos ver a Igreja Mãe dos Homens, tendo ao seu lado esquerdo a Santa Casa de Misericórdia de Campos. Ao lado direito da foto, ocupando o que hoje temos como Praça das Quatro Jornadas, está a Casa de Câmara e Cadeia.
Segundo informações do site Campos Turismo, a Praça do Santíssimo Salvador foi separada da Praça das Quarto Jornadas, porque neste espaço, que hoje encontramos o Chafariz, se desenrolaram quatro grandes fatos históricos do Município. Foram eles: “15 de maio de 1739 - oposição dos oficiais da Câmara Municipal à posse de Martim Correia de Sá, procurador e filho do Visconde de Assecas, General Salvador Correia de Sá e Benevides, ocasionando diversas prisões; 1º de outubro de 1747 - prisão de oficiais da Câmara que não reconheceram a autoridade do Visconde e se opuseram ao Sargento-mor Pedro Velho Barreto, no Rio de Janeiro.

Várias reformas foram realizadas. A igreja matriz foi a primeira a ser remodelada, os edifícios foram pintados e a iluminação ampliada. A reforma tinha como símbolo a modernidade, e a catedral melhorada, segundo nos informa Azeredo e Rodrigues (2003), representava símbolo da força que o catolicismo, sob sua configuração mais conservadora, sempre imprimiu na região, e também como símbolo dos
ideais de modernidade apresentados pelo movimento de outubro de 1930. A primeira missa realizada na catedral ainda em obras foi a de 24 de dezembro de 1931, missa do galo, celebrada pelo bispo diocesano, D. Henrique Mourão. A inauguração da nova catedral de Campos ocorreu um ano antes das comemorações do primeiro centenário de sua elevação à cidade, em 1934, ano em que foi outorgada a primeira constituição da chamada Era Vargas.

Em 1937, o comício dos integralistas que terminou de forma trágica, com um conflito armado entre estes e os comunistas, resultando em dezenas de feridos e na morte de
uma pessoa, também na Praça do Santíssimo Salvador. Osório Peixoto (2004) narra a passeata: a multidão se posta na Praça São Salvador, já ocupada por milhares de pessoas, todas voltadas para frente da sede da Ação Integralista Brasileira que ficava onde é hoje a foto São Paulo. Diz a Folha do comércio que falava há 15 minutos o estudante Celso Peçanha quando foi aparteado por um popular-aparte de apoio, mas mal entendido – e há ligeira confusão e
pequena correria. Esta reforma representou um grande avanço na cidade, pois a Praça do Santíssimo Salvador passou a ser o cartão postal do município. Já na década de 40 houve outra reforma, que de acordo com Motta e Souza (2010), os jornais descreveram: Coube ao prefeito Salo Brand atender a uma das mais antigas aspirações do
campista, remodelando a Praça São Salvador. Velho sonho, velho desejo que se concretiza, depois de haver sido um permanente e diário assunto com prazerosa guarida na coluna dos nossos jornais. (...) Vendo-se o trabalho que
está sendo executado na Praça São Salvador, encanta-nos o capricho e o apurado gosto a que o serviço obedece.
Foi durante esta reforma que surgiu a ideia de colocar na
praça uma estátua em homenagem aos heróis campistas mortos na II Guerra Mundial, estátua que permanece até hoje, mesmo diante de todas as reformas sofridas.
Ao longo do século XX muitos comícios, manifestações sociais, passaram a utilizar a praça como local para momentos marcantes na vida da populaçãoNa década de 60 foi assinalada como de grandes mudanças, pois houve a demolição da velha Santa Casa de Misericórdia de Campos e a secular Igreja Mãe dos Homens, para a criação de um estacionamento, conforme se verifica à esquerda da
fotografia.

No fim dos anos 70 começam novas mudanças, com a retirada do ponto de ônibus da praça, porque com o aumento dos coletivos se tornaria inviável para permanecer utilizando
este local. Este ponto foi transferido para a beira rio.
Embora a fotografia acima mostre a existência do terminal, pois data do fim dos anos 70, ela mostra o chafariz ao meio, sufocado pelo dito terminal, que permaneceu após a transferência para a beira rio.

Mais tarde, no final dos anos 80, Anthony Matheus Garotinho foi eleito prefeito da cidade. Mais um projeto de remodelação e revitalização das Praças do Santíssimo Salvador e
das Quatro Jornadas foi criado. A intenção era ampliar os espaços e reintegrar as praças, uninido-as à Catedral Diocesana. O projeto também contemplou a recuperação do chafariz para seus moldes orignais. Motta e Souza (2010) nos narram: Essa reforma deu uma configuração às praças de maneira a poderem ser utilizadas como um lugar de lazer e permanência, sobretudo em dias quentes, pois, valorizou-se a presença de árvores e bancos de madeira e um calçadão em mosaico português.

A transformação espacial foi realizada também ao redor das praças, acompanhada de mudanças no trânsito. Houve a interligação da Praça Quatro Jornadas com a Praça São Salvador. A rua lateral da praça, localizada em frente ao Hotel Gaspar, foi fechada ganhando jardineiras e mudas de
palmeiras, permanecendo o trânsito aberto apenas no lado oposto, o dos Correios. Porém, em 1996 esta rua foi aberta mediante a justificativa de se garantir estacionamento em frente ao Hotel Gaspar.
A fotografia nos apresenta a penúltima configuração que a praça apresentou, com seus bancos de madeira, arborizada, e com pequenos gradis envolvendo pequenos jardins. Ao final temos a imponente Catedral.

Durante a administração do prefeito Arnaldo França Viana, foi realizada uma nova reforma da Praça do Santíssimo Salvador, entre os anos de 2004/2005, Como toda forma está relacionada a uma função, este novo formato deu
maior amplitude à Praça São Salvador e melhor visibilidade do seu entorno, sobretudo, da Catedral do Santíssimo Salvador. A fluidez do trânsito também foi levada em consideração nesta reforma. Uma passagem de
automóveis foi feita entre a Praça São Salvador e a Quatro Jornadas, dando acesso à Avenida Alberto Torres. Além desta passagem, foi feita uma abertura em frente à Catedral, permitindo ao motorista circular ao redor da Praça São Salvador. 
O prefeito tinha como objetivo algumas reformas e alterações, colocando em prática um plano de revitalização, atendendo às necessidades dos comerciantes: “A obra foi iniciada em 01/10/2004. O antigo piso quebrado, as árvores arrancadas, o chão remarcado, o sistema de esgoto refeito”. O projeto da reforma foi executado pelo Consórcio Queiroz Galvão/Odebrecth, sob a coordenação do engenheiro Sérgio Moreira Dias. “Portanto, o projeto da Praça do Santíssimo Salvador não tinha simplesmente a intenção de recuperar o local, mas a cidade como um todo, valorizando um dos mais importantes marcos e cartões postais do Município”. 

Ainda, não se tratava somente de uma releitura de tratamentos e revestimentos, mas revigorar as atividades do centro comercial, que estava perdendo espaço para os shopping centers, e recuperar prédios históricos em processo de decadência e decomposição. Dentre as principais ações ou características do projeto estavam um
tratamento de piso moderno, eficiente e duradouro, a recuperação dos antigos mosaicos da paginação de pisos, a ordenação do transito envoltório, parqueamento e demais atividades, renovação do mobiliário urbano com
simplicidade e modernidade, revisão da iluminação publica, contrastando detalhes se simplicidade e modernidade com a utilização de postes tradicionais, eliminação de elementos não originais da Praça, tais como o exótico pinheiro de Natal que encobria a fachada da Igreja, implantação de
paisagismo com palmeiras imperiais, pavimentação do chafariz, entre outras.
Motta e Souza (2010) afirmam que o momento da reforma se dá paralelamente a uma grande participação do município nos royalties de petróleo. Os autores dizem que essa
reforma, tanto quanto a de 1991, tinha como objetivo a restauração e revitalização de prédios históricos da praça. A obra foi orçada em R$ 6,8 milhões, preservando o monumento de honra aos pracinhas e o chafariz da Praça Quatro Jornadas.

Após esta reforma, a praça foi inaugurada em 12 de maio de 2005 com iluminação glamorosa. Motta e Souza (2010) relatam que esse espaço passou a ser visto de forma
diferente pela sociedade campista. Alguns eventos que já ocorriam, como a festa do Santíssimo Salvador, continuaram a ocorrer nela.
Outra forma de utilização da praça tem sido de atos dos políticos partidários. No dia 01 de setembro de 2010 houve um comício realizado pelo Partido da República. No mesmo
ano, a Praça se tornou palco de um grande evento para a cidade, a 6ª Bienal do Livro, promovida pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. O evento foi realizado sob uma tenda que cobria toda a praça. O evento contou com a presença de grandes nomes da literatura, música, poesia, teatro e cultura.

Após essa última reforma, com o espaço ampliado, sem sombras de árvores, com os antigos bancos de madeira substituídos pelos de mármore, o uso da praça tem sido como local de passagem durante o dia, devido ao intenso calor. As frondosas árvores foram substituídas por palmeiras que pouca sombra proporcionam. Podemos perceber a presença assídua de visitantes/moradores da cidade nos fins de semana, e principalmente no período noturno.
Levar a família para visitar a praça, e permanecer nela após a missa aos domingos à noite, recebendo a brisa do vento nordeste, é atividade rotineira.

A imagem mostra o espaço ampliado, após a última reforma: Alguns bancos de mármore espalhados no seu entorno e a Catedral ao fundo. No seu lado direito, o antigo solar
do Visconde de Araruama, prédio amarelo, que hoje abriga o Museu Histórico de Campos, inaugurado em junho de 2012. O prédio esteve fechado desde 1997 por interdição da defesa civil devido às más condições de preservação.

Após a construção de um prédio de estacionamentos de três andares, com lojas e restaurantes no térreo, no espaço da antiga Santa Casa de Misericórdia de Campos, ao lado da
praça das IV Jornadas, a frequência durante a noite se tornou mais assídua. Antes, o comércio do entorno funcionava apenas em horário comercial e a praça era visitada com mais frequência nos fins de semana, à noite, principalmente em períodos festivos, como na festa do
Santíssimo Salvador e no natal.
Hoje, quem passa pela praça, sábado à noite, por exemplo, pode encontrar o comércio alimentício desse prédio aberto. Encontramos muitas pessoas sentadas no entorno do chafariz, em funcionamento, ou caminhando pela praça com seus familiares, ou andando de skate, patins.

A imagem mostra a Praça das Quatro Jornadas, com o chafariz em funcionamento, inaugurado em 2015, chamado pela prefeitura de “águas dançantes”, com caixas de som
instaladas nas suas proximidades, que tocam músicas variadas durante o dia e noite.
Por ser um espaço amplo, a praça também abriga a Feira Mãos de Campos, com o objetivo de resgatar o valor artístico-cultural do artesanato para o município. A feira funciona na praça de quinta a sábado, das 8h às 17h. Os artesãos, em barracas móveis, comercializam bordados, crochês, pedrarias, cestaria de palhas, doces, entre outros.
Aqui podemos enfatizar a discussão em torno da sobrevivência do artesanato nessa cultura de praça, conforme Chauí (1996) esclarece através da dicotomia conformismo e resistência. As produções culturais que a feira traz não se desvencilham dos “saberes artísticos”, e foram adaptadas às necessidades do mercado. O arsenal de produtos que a feira dispõe aos visitantes, e que os feirantes chamam de arte, “sobrevive” diante do comércio do entorno, com as lojas vendendo os chamados produtos industrializados.

A praça ainda acolhe as festividades do Santíssimo Salvador, que ocorrem todo dia 06 de agosto, com a participação assídua dos fieis, com comércio de barracas e shows financiados pela prefeitura da cidade, o que proporciona cerca de uma semana de festividades.


domingo, 25 de setembro de 2016

Há 90 anos era inaugurado o Cine Capitólio, em Campos

No dia 25 de setembro de 1926 (há 90 anos), foi inaugurado o Cinema Capitólio, com o filme “A Viúva Alegre".

O Cine Capitólio começou a ser demolido em 2008 devido as chuvas que tornaram a sua estrutura perigosa aos transeuntes e vizinhos. Apesar de não estar funcionando desde 2001 e oferecer riscos estruturais reais, o Cine Capitólio merecia destino melhor. O Tombamento seria digno, tornando-se assim um imóvel preservado e apto a contar, por meio de suas paredes, um pouco de nossa história.

"Vai findando, de forma melancólica e inexorável, nos últimos estertores, a existência física daquela que já foi uma importantes sala de exibição cinematográfica de Campos. Estou me referindo ao finado Cine Capitólio.

O Cine Capitólio viveu momento de esplendor, onde a chamada "sociedade" e jovens da cidade se encontrava pra ver o último Cary Grant, a última Rita Hayworth, Gregory Pack, Ava Gardner, Sinatra, Jerry Lewis e Dean Martin e todo o Rat Pack, ou outro, mais recentes. Sua decadência começou já no final dos anos 80, quando passou a projetar filmes pornôs e se transformou em ponto de encontro para aqueles que buscavam sexo furtivo e casual.

Mais recentemente, já totalmente desativado, alguém tentou aproveitar o prédio de excelente localização e acústica ainda perfeita para criar uma boate. O empreendimento só não foi à frente porque nas duas noites em que funcionou houve briga, quebra-quebra e arruaça, que atingiu a vizinhança e mobilizou a polícia.

Hoje, agora à pouco, o prédio do antigo Cine Capitólio deu seus últimos suspiros, embalado por alguma poeira e grandes gemidos. Foi quando desabou seu telhado - acontecimento que, casualmente, vi - e que deixou, enfim, a chuva livre criar córregos no seu interior." Publicado por Jules Rimet"

OBS: eu bem que tentei, mas não consegui uma foto da antiga fachada do Cine Capitólio, se alguém tiver e puder mandar, eu agradeço.

sábado, 24 de setembro de 2016

Há 185 anos era fundada a Caixa Econômica da Cidade de Campos


No dia 24 de setembro de 1831 (há 185 anos), foi fundada a Caixa Econômica da Cidade de Campos, liquidada depois por má administração política.

Foi fundada em 1834 e trinta anos depois tinha por maiores acionistas: Conego Marianno Leite da Silva AS ASSOCIAÇÕES CAMPISTAS 383 Escobar, David Kock, Conego Luiz Rodrigues de Novaes e Silva, padre Manoel Joaquim da Rocha Campista, José Bernardino de Oliveira, João Domingues Alves de Barcellos, padre Manoel de Oliveira Pecegueiros, Dr. Caetano Thomaz Pinheiro e José Joaquim de Moraes. Este ultimo, que recebeu depois o titulo de Barão de Guarulhos, ficou sendo tesoureiro em 1886 e no ano seguinte sendo a Caixa Econômica transformada, no mez de Maio, em «Caixa Depositaria», passou o Barão de Guarulhos a ser o presidente. Funcionaram na sua liquidação em 1897 os últimos diretores Barão de Miracema, José Joaquim da Souza Motta e comendador João Gonçalves Pereira.

O estudo sobre as origens e história das Caixas Econômicas é relativamente recente entre os historiadores em geral e os historiadores econômicos em particular, a despeito da importância que estas instituições tiveram aos contemporâneos ou ainda do que poderíamos chamar de uma História Institucional. Nos novos estudos tem resgatado a importância das caixas econômicas em geral para o financiamento do próprio Estado e ainda trabalhos que abordam questões como a capacidade de grupos subalternos, particularmente escravos, tinha de fazer pecúlio, inclusive recorrendo a depósitos em 
bancos. 

A década de 1830 é conhecida na historiografia brasileira como o “período sem bancos”, porém isso não quer dizer que não houve o surgimento de inúmeras instituições que realizassem empréstimos ou funcionassem, de certa maneira, como prestadores de serviços bancários. Essas instituições, em sua maioria iniciativa do capital privado, continuaram a funcionar ao longo das décadas até o final da década de 1850 e início de 1860 com fortes crises que atingem e colocam fim nas suas atividades.

É nesse período de falta de instituições bancárias, que é fundada a Caixa Econômica do Rio de Janeiro em 1831, originária de capitais privados e tendo como principal função a criação do hábito da poupança na sociedade carioca e a absorção da mesma, objetivando, principalmente as pequenas poupanças de trabalhadores e de escravos que depositavam suas economias nas cadernetas da instituição.

Entretanto, nesse mesmo período, há uma grande diversificação de instituições de crédito e poupança no segundo quartil do século XIX, o que nos aponta que, mesmo com os conflitos sociais e políticos das conturbadas décadas de 1820, 1830 e 1840, temos um surgimento de várias dessas instituições, entre elas: em 1827 o surgimento do Montepio do Exército; em 1831, da Caixa Econômica do Rio de Janeiro e da Caixa Econômica de Campos, no mesmo ano; em 1834, da Caixa Econômica da Cidade da Bahia e da Caixa Econômica de São Paulo e em 1835, o Montepio Geral de Economias dos Servidores do Estado entre outras.

Desse modo podemos perceber a importância que o fluxo de moeda influía, seja pelos empréstimos pessoais ou pelas instituições financeiras, cada vez mais na sociedade brasileira como um todo e carioca especificamente. A Caixa Econômica surge nesse contexto como uma instituição ‘moderna’ mas também ‘filantrópica’, onde o lucro envolvido nas poupanças são compartilhados entre seus acionistas de acordo com o investimento inicial e periódico de cada um. Essa dupla ‘identidade’, de uma instituição que se pretende racionalmente capitalista mas também moralmente regeneradora será uma dos motes mais importantes para a história da Caixa Econômica do Rio de Janeiro. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Há 71 anos era instalada a sede do Jockey Clube de Campos

No dia 22 de setembro de 1945, foi instalada em um prédio à Rua 13 de Maio, a sede do Jockey Clube de Campos.

O Jockey Clube, foi instalado na Rua 13 de maio, sendo transferido, em 20/10/1957 para a Av. Pre. Kennedy. Foi considerado o terceiro maior hipódromo do Brasil e era uma réplica em miniatura do hipódromo da Gávea no Rio de Janeiro. Recentemente, o imóvel foi leiloado para quitar dívidas e arrematado por um grupo da região. Hoje o local se encontra interditado.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Há 71 anos, trem Campos/Rio descarrila, vitimando muitos passageiros

No dia 20 de setembro de 1945 (há 71 anos), descarrilou o trem noturno que fazia a linha Campos/Rio de Janeiro, vitimando muitos passageiros.

Trem de passageiros da Leopoldina que percorria o trecho entre a estação de Niterói, na linha do Litoral da Leopoldina, e a estação de Vitória, no Espírito Santo. Também havia trens que faziam o percurso Rio de Janeiro-Vitória. 

Dependendo da época, eram trens que iam até Campos, RJ e depois outro para fazer Campos-Vitória. Ou trens que eram trocados em Cachoeiro do Itapemirim, ES, entre Campos e Vitória. Funcionou até cerca de 1984, quando foi suprimido. 

Por volta de 1971, o trem entre Niterói e Campos/Vitória foi suprimido. Quem queria sair de trem de Niterói tinha de fazê-lo com o trem parador (subúrbios) Niterói-Visconde de Itaboraí e dali seguir no trem para Vitória. Este último trem funcionou até 2007 em precaríssimas condições.

Em 1980, o trem passou a fazer apenas o percurso entre Rio de Janeiro e Cachoeiro do Itapemirim, não seguindo mais até Vitória. Para Vitória introduziram-se trens mistos entre 1980 e 1984 a partir de Cachoeiro do Itapemirim. Também introduziram-se trens mistos entre Visconde de Itaboraí e Campos.

A linha ainda existe, abandonada em quase todo o trecho. No Espírito Santo, desde 2010, um trem turístico da Serra Verde faz o percurso entre as estações de Viana e Marechal Floriano em fins de semana.

Há 82 anos era fundado o Sindicato das Indústrias do Açúcar e Álcool do Norte Fluminense

No dia 20 de setembro de 1934 (há 82 anos), foi fundado o Sindicato das Indústrias do Açúcar e Álcool do Norte Fluminense.

No século XIX, a produção açucareira campista atingia o auge, com a introdução de novas técnicas na fabricação do açúcar, além da entrada vultosa de capitais para o aprimoramento dos primitivos engenhos, que se transformavam em engenhos centrais e em usinas.  A primeira usina instalada no Brasil foi a Usina do Limão, em Campos, em funcionamento em julho de 1879

Atualmente, o numero de usinas caiu de forma exorbitante. Porém, o professor de história econômica da Universidade Federal Fluminense (UFF), Walter Pereira, diz que a hipótese inicial deve ser fundamentada através de estudos complementares, que devem ser feitos para diagnosticar a causa da queda da produção na região. 

"Mesmo com o auge da cana de açúcar, os donos de terra tinham multiplicidade de riquezas, a partir de investimentos e detendo o grande número de escravos”, explicou.

A fabricação do açúcar foi importante para o crescimento cultural, durante os séculos. O sindicato, foi fundado em 1934, sendo o primeiro sindicato patronal do Brasil. O presidente da Firjan, Geraldo Coutinho se preocupou em deixar um acervo disponível para a sociedade e fez esta doação para o Arquivo – disse o representante do Sindicato da Indústria e do Álcool, filiado à Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Há 143 anos, fazendeira era morta por suas escravas, em Campos

No dia 20 de setembro de 1873 (há 143 anos), morreu em Campos, enquanto dormia, estrangulada por suas escravas Letícia, Cecília, Virgínia e Cherubina, a fazendeira Ana Joaquina Carneiro Pimenta.

Em Campos, vários casos de crimes contra senhores são descritos por Julio Feydit (1900). "Em 9 de janeiro de 1873, estando o fazendeiro José Antônio Barroso de Siqueira, a jantar em sua fazenda da Boyanga, as mucamas que serviam à mesa, vendo que se aproximavam alguns escravos armados, preveniram ao seu senhor de que queriam matar, e procuraram impedir os passos de seus parceiros.Os escravos invadiram a sala e mataram José Antônio. Os escravos seriam presos e depois mortos.

Sob o comando de senhoras de engenho, ou lavradoras de cana e roceiras, estavam as escravas. Elas também interagiam no funcionamento do engenho. A participação feminina em meio às perigosas engrenagens que moíam as canas. A calcanha, segundo ele, era a escrava que tinha várias funções. Vigiava o recipiente em que se coava o “mel”; varria a casa das caldeiras ou dos cobres, areava-os com limão e cinzas; acendia as famintas candeias.

Longe de uma vida em cor de rosa, problemas não faltavam. Senhoras de engenho tiveram que enfrentar tensões entre escravos e seus desafetos ou entre escravos e elas próprias. Às elas cabia proteger agricultores, agregados e feitores que trabalhassem em suas terras ou com suas canas

Se não faltavam tensões e conflitos que as mulheres, de engenhos ou plantações tiveram que administrar, suas escravas, por sua vez, podiam ser pivôs e testemunhas de crimes e violências. Processos as mostram assassinadas, como certa Angélica que apareceu morta, com a orelha amputada e “ferimentos pelo rosto e os braços amarrados com cepos”. A razão, não se sabe. Como ela, muitas outras sofreram maus tratos ou foram estupradas e seviciadas. Outras cativas, por alguma razão deram o troco: a fazendeira Ana Joaquina Carneiro Pimenta foi sufocada por suas escravas Letícia, Querubina, Cecília e Virgínia, e outras tantas cativas participaram ativamente de levantes.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Bem vindo!!!

Este blog tem como único objetivo, valorizar as histórias de uma cidade riquíssima delas, Campos dos Goytacazes. Conto com a sua ajuda e vamos juntos viajar nestes dias históricos de nossa cidade. Boa Viagem!!!