quarta-feira, 28 de março de 2018

São 183, 341 ou 391 anos? Afinal há quanto tempo Campos existe?

No dia 28 de Março do ano de 1835 (há 183 anos) era elevada à categoria de Cidade a Vila de São Salvador (Campos). Antes de  comemorarmos é importante entendermos um pouco mais sobre a história da cidade, que vem bem antes deste período.

As terras dos índios goitacases começaram a ser colonizadas pelos portugueses em 1627, com a chegada dos "sete capitães". Pertenceu à capitania de São Tomé e se tornou, cinquenta anos depois, no dia 29 de maio, a vila de São Salvador dos Campos. Foi elevada à categoria de cidade em 28 de março de 1835.
A Carta de Lei, elevando a Vila de São Salvador de Campos à categoria de Cidade dizia:
"Joaquim José Rodrigues Torres, Presidente da Província do Rio de Janeiro – Faço saber a todos os seus habitantes, que a Assembléia Legislativa Provincial Decretou, e Eu Sancionei a Lei seguinte: Art. 1º - A Vila Real da Praia Grande, Capital da Província do Rio de Janeiro e elevada a categoria de Cidade, com a denominação de Niterói; Art. 2º - Ficam igualmente elevadas a mesma categoria a Vila de São Salvador dos Campos, com a denominação de Cidade de Campos dos Goytacazes e a Vila da Ilha Grande com o nome de Angra dos Reis.

Mando portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteira como nela se contém. O Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr.

Dado no Palácio do Governo da Província do Rio de Janeiro aos vinte e oito dias do mês de março do ano de mil oitocentos e trinta e cinco, décimo quarto da Independência, e do Império. – Joaquim José Rodrigues Torres”.
A então elevada CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES tinha aproximadamente uma dúzia de ruas estreitas e tortuosas e seis travessas, quase todas sem pavimentação, com grande quantidade de atoleiros, e praticamente sem nenhuma iluminação pública, sendo esta feita por 74 lampiões de azeite de peixe, com alguns solares espalhados pelo Centro e arredores, pertencentes aos ricaços barões e fazendeiros. A parte central da Cidade era somente na única praça, a Praça Principal da Constituição e por quatro largos.

Nesta Praça da Constituição existiam como edifícios principais a Igreja da Matriz; a Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens; a Santa Casa de Misericórdia de Campos; a Cadeia (que também era o Paço Municipal e o Fórum); em frente à praça ficava o Porto da Cadeia, e nesta época a Praça não tinha calçamento, tendo esta solicitação sido feita em dezembro de 1839, pelo Vereador José Fernandes Pereira, dizendo que havia dificuldade para o trânsito devido a grande quantidade de atoleiros. Porém este calçamento só se realizou tempos depois. Uma coisa ninguém pode negar. O orgulho de ser Campista e de defender o nome desta terra ainda persiste em várias pessoas que querem bem a esta Cidade de Campos dos Goytacazes, e lutam para preservar sua história de um passado de glórias.
 A história de Campos dos Goytacazes pode ser contada desde meados do século XVI, quando Dom João III doou a Pero Góis da Silveira a capitania de São Tomé, cujo nome, posteriormente, passou a Paraíba do Sul. Com a chegada dos portugueses à região, começou a luta com grupos indígenas da etnia goitacá, porém, não se desenvolveu um processo ocupacional. Em 1627, por ordem da Coroa Portuguesa, a Capitania de São Tomé foi dividida em glebas, doadas a sete capitães portugueses, alguns deles donos de engenho na região da Guanabara, efetivando a ocupação.

Em 1650, foi implantado o primeiro engenho em solo campista. Visconde d'Asseca funda a Vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes, em consequência da construção de uma capela em louvor ao SS. Salvador, em 29 de maio de 1677.
Em 1833, foi criada a Comarca de Campos e, em 28 de março de 1835, a Villa foi elevada à categoria de Cidade com o nome de Campos dos Goytacazes, dando início ao progresso na região.

Portanto além de 182 anos de elevação a categoria de cidade, no dia 28 de março, de 340 anos de elevação a categoria de Vila, no dia 29 de maio, Campos começou a ser colonizada 50 anos antes, em 1627.
Resumindo:
*28 de março (183 anos de elevação a cidade)
*29 de maio (341 anos de fundação da Vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes)
*Campos já tem 391 anos desde o início da ocupação dos portugueses.

Agora sim, comemoremos sabendo o quê, nesta quarta-feira (28/03/2018).
DETALHES DA HISTÓRIA:
A história do município teve início quando as terras dos índios goitacás Guarulhos e Puris começaram a ser colonizadas pelos portugueses no ano de 1627, com a chegada dos “Sete Capitães”. Naquela época, predominava a pecuária, que atendia o mercado do Rio de Janeiro:

Durante a segunda metade do século XVII e a primeira do século XVIII, a região foi sacudida por violentos conflitos pela posse da terra, entre os herdeiros. Pertenceu à capitania de São Tomé e se tornou, cinqüenta anos depois, no dia 29 de maio, a Vila de São Salvador dos Campos, que foi elevada à categoria de Cidade em 28 de março de 1835.
Importantes fatos históricos se deram na cidade, entre eles a partida dos primeiros voluntários para a Guerra do Paraguai, em 28 de janeiro de 1865, pelo vapor "Ceres". Outro momento importante foi o movimento do abolicionismo, que teve seu ponto alto em 17 de julho de 1881, com a fundação da Sociedade Campista Emancipadora, que propagava a luta pela emancipação dos negros.

O jornalista Luis Carlos de Lacerda e José Carlos do Patrocínio, cognominado de o "Tigre da Abolição" foram os maiores expoentes da causa. Porém, Campos foi a última cidade brasileira a aderir a abolição da escravidão. As visitas do imperador D. Pedro II e a luta republicana foram outros marcos da história da cidade.
O surgimento em 1862 da agroindústria açucareira, com a instalação do primeiro engenho em Campos, atualmente menos promissor, dava início ao progresso da região. A primeira usina, construída em 1879, chamou-se Usina Central do Limão. O petróleo foi oficialmente descoberto no Farol de São Tomé, reativando o desenvolvimento da região.
No ano de 1883 D. Pedro II inaugurou na cidade o primeiro serviço público municipal de iluminação, tornando Campos dos Goytacazes à primeira cidade do Brasil e da América Latina a receber iluminação pública elétrica, através de uma termelétrica a vapor acionadora de três dínamos com potência de 52 KW, fornecendo energia para 39 lâmpadas de 2000 velas cada.

Atualmente, Campos dos Goytacazes é o Município litorâneo mais populoso do Brasil, com mais de 500 mil habitantes e o maior Município fluminense em extensão territorial, com área de 4.040,6 quilômetros quadrados. O mar de Campos detém as maiores reservas de gás natural e petróleo do País.
Atualmente, a cidade conta com diversos atrativos e vem se desenvolvendo em diversos setores, como cerâmica, couro, palha e madeira, que são materiais de destaque no artesanato da cidade. Na culinária, além da cachaça e da goiabada cascão, o suspiro e o chuvisco são famosos em toda a região.

Vale destacar também a fundação da primeira sala de cinema de Campos construída pelo Sr. Alamir, conhecida como Cine São José, sendo o prédio trazido da Europa pedra por pedra e reconstruído na cidade, e tendo como primeira exibição o filme Marcelino Pão e Vinho.
Além disso a cidade possui prédios históricos que mostram claramente a sua tradição cultural , como o Palácio da Cultura, que abriga a Biblioteca Pública Municipal, o Museu de Campos dos Goytacazes, que encontra-se em reforma, o Museu Olavo Cardoso e a Casa de Cultura Villa Maria.