Campos dos Goytacazes, uma cidade rica em história e cultura, e que aos poucos tentaremos contar, com a sua ajuda é claro e de muitos amigos que sabem realmente o valor que a região tem.
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Professor e advogado Nelson Pereira Rebel nasceu há 115 anos
No dia 4 de setembro de 1902 (há 115 anos), nasceu o professor e advogado Nelson Pereira Rebel.
Nasceu em Campos no dia 04 de setembro de 1902 e faleceu no dia 13 de outubro de 1956, aos 55 anos de idade. Filho de João Antonio Rebel Filho e Ana Pereira Rebel.
Nelson desde a infância se revelou muito estudioso, por este motivo foi, desde bem novo, encaminhado para o Grupo Escolar João Klapp, passando, a seguir para o colégio de dona Iolanda Hamberger. Já alfabetizado passou a ter aulas com dona Branca Cardoso para se preparar no vestibular do Liceu de Humanidades de Campos. Em 1914 passou a estudar naquela instituição de ensino.
Após o término do curso, matriculou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Com muito sacrifício sua família pode mantê-lo por um tempo, em condições mínimas, na então capital da República, onde fora residir em casa de família como pensionista.
Mas as coisas pioraram e Rebel foi morar na casa de um tio em Santa Rosa, Niterói (RJ). Todo dia pegava a barca e atravessava para o Rio. Destacava-se por sua dedicação e inteligência junto aos professores. A seguir deixou Niterói e foi morar na casa de seu amigo Rossine Nolasco.
Adoentado e em dificuldades financeiras, o pai de Rebel o convoca a voltar para sua terra natal e se dedicar ao comércio da família, já que lhe faltavam os recursos para prosseguir com os estudos. A família se uniu novamente e com um esforço maior Nelson pode dar continuidade aos seus estudos.
Nas horas de folga, Rebel convivia com o escritor Coelho Neto, que o recebu em sua casa, tornando-se familiar e amigo dileto, estimado por todos da família, como fora, também, do douto casal Bevilacqua, onde absorvia as lições e palavras eruditas do mestre civilista.
Em 4 de novembro de 1922 recebe a notícia da morte de seu pai. Mesmo com grande dificuldade, decide concluir o curso. Em 1926 finalmente recebe o diploma de bacharel em Direito.
Pensando em sua família, Rebel retorna a Campos, onde monta seu escritório de advocacia e passa a ser o defensor dos pobres. Um tempo depois foi convidado para ser responsável pelo setor jurídico da prefeitura. Mais tarde se tornou procurador da prefeitura e inspetor federal do Ensino Comercial.
Com a credencial de professor de Direito na Escola Clovis Bevilacqua, da qual foi um dos fundadores, o Governo convida-o a dirigir o Departamento de Educação do Estado.
Casou-se com Zilá Peixoto Pereira Rebel e continuou cuidando de sua mãe e irmãs. Nelson e dona Zilá tiveram três filhos: Cleia, Sandro e Icléia.
Foi professor e diretor do Liceu de Humanidades de Campos e da Escola Normal.
Advogado, jurista, político e professor, dr. Rebel foi o primeiro presidente da recém fundada Academia Campista de Letras, em 15 de julho de 1939, onde figuravam intelectuais de renome tais como: Gastão Machado, Godofredo Nascente Tinoco, Barbosa Guerra, José Landim, Rinaldi Antunes, Rogério Gomes de Souza, Alberto Lamego e Lamego Filho.
Pereira Rebel foi eleito para a Academia Fluminense de Letras, para ocupar a cátedra de Quintino Bocaiuva, mas não chegou a tomar posse de sua cadeira.
Eleito deputado constituinte, ocupou a presidência da Assembleia Estadual (Alerj), em 1945. Ocupando, em seguida, a Procuradoria Geral do Estado, onde procurava aplicar a lei com justeza, dessa forma contrariando interesses de muitos. Porém, através de atos oficiais publicados, recebe a notícia de ser demitido "a pedido" do cargo de procurador geral do Estado. Como seu último emprego, foi Rebel conduzido à advocacia da Caixa Econômica Federal.
Nelson Pereira Rebel foi um apaixonado de Azevedo Cruz, ocupou, na ACL, a cadeira que tem como patrono este ilustre poeta campista e autor de "Amantia Verba", poema que exalta a sua terra natal. No entanto, Nelson não teve tempo de se dedicar ao estudo sobre o poeta e sua obra não se realizou.
Obra:
Questão criminal (Arlindo P. Humberto Pacheco) – 1936
Discurso – Proferido na solenidade da promulgação da Carta Magna Fluminense – 1947
Saudação (ao Dr. Heitor Camillo, em 26/09/32 Hotel Flávio) – 1937
Ética profissional (Conferência realizada na Escola de Direito Clovis Bevilaqua – 1938
Ruy em Haia (Discurso em 09/11/49, na Assembléia) – 1954
Processo criminal Dr. Alberto Senra Filho – 1938
Memorial na Ação da Reclamação – Sebastião O. contra a Prefeitura Municipal de Campos - 1938
Fonte:
CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é nome de rua, 1988.
AMORIM, Carlos. Em memória de Nelson Pereira Rebel, 1956.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário